A Carta-Manifesto à COP30, lançada a partir das reflexões do V PLANETADOC Conferência, propõe uma nova ética biocêntrica e a valorização dos bens comuns como fundamentos para enfrentar a crise socioambiental global. O documento será enviado nesta semana à Presidência da COP30 e conta com o apoio de divulgação da ANDIFES (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior), além das subscrições institucionais da UFSC e da UNICAMP.
Aberta pelo sociólogo mexicano Enrique Leff, referência mundial no campo da ecologia política, a Carta-Manifesto reúne as contribuições de dezenas de cientistas, pensadores e educadores do Brasil e do Sul Global. Mais do que um texto, a Carta representa um mosaico de vozes e ideias reunidas durante o encontro, com o objetivo de articular uma resposta ética, científica e cultural diante da emergência climática. Participam do documento pensadores como a ativista e referência global na defesa da água como direito humano, Maude Barlow, o economista Ladislau Dowbor, o jurista Antônio Carlos Wolkmer, o diretor do Diretor do Departamento de Educação Ambiental e Cidadania do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima Marcos Sorrentino, entre outros.
Entre os temas abordados estão o uso e a regeneração do solo, a organização das cidades, o ciclo da água, a participação social, os oceanos, o direito ambiental, a
saúde planetária e a governança dos bens comuns.Cada participante do V PLANETADOC Conferência elaborou uma declaração escrita, posteriormente reunida no
documento, que expressa a pluralidade de pensamentos e a busca por consensos em torno de soluções transformadoras.
Entre as manifestações presentes na Carta está a do arquiteto e urbanista chinês Kongjian Yu, criador do conceito das “cidades-esponja”. Em sua contribuição, Yu faz um apelo aos líderes globais para que “financiem imediatamente a restauração do ciclo da água; incorporem soluções baseadas na natureza em todos os planos climáticos; protejam e restaurem pântanos, planícies aluviais e florestas; e fortaleçam os guardiões locais e indígenas da água”.
Em sua mensagem, lida pelo professor Paulo Horta durante a entrega do documento à presidência da COP30, Yu conclui:
“A escolha é clara: endurecer a terra até que ela se quebre – ou suavizá-la até que ela se regenere. Escolhamos regenerar.”
Mais do que um documento, a Carta-Manifesto à COP30 é um convite à ação coletiva. As contribuições expressam o pensamento vivo, diverso e comprometido de especialistas que reafirmam o papel da ciência, da cultura e da educação como forças transformadoras em direção a uma nova civilização ecológica.
Além de seu valor político e simbólico, a Carta também se propõe como um instrumento educativo — um material de referência para fomentar debates em escolas, universidades e comunidades, estimulando o pensamento crítico e o engajamento social frente à crise climática.
O texto integral está disponível em www.planetdoc.org e permanece aberto à subscrição pública — universidades, organizações, redes de pesquisa e cidadãos podem aderir e apoiar o documento, ampliando sua representatividade e alcance.
O V PLANETADOC Conferência, realizado na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), integra a 10º Festival Internacional de Cinema Socioambiental PLANETADOC, que segue até agosto de 2026 com exibições presenciais em Florianópolis, São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro, além das plataformas digitais do Planeta.doc (www.planetdoc.org e www.planetanaescola.com) .
Leia a carta completa aqui. Para subscrever a carta-manifesto enquanto entidade, preencha o formulário.


